Aos, 299 anos, Cuiabá ainda precisa consolidar política urbana
6 de abril de 2018 |
Ás vésperas de completar 300 anos, sendo que neste 8 de abril completa-se 299 anos, Cuiabá que nos acena como uma cidade próspera, ainda não tem um plano diretor consolidado. Esta é a opinião do professor José Antonio Lemos, arquiteto e urbanista e conselheiro no Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/MT). Ele relembra algumas tentativas do Poder Executivo de realizar o Plano Diretor, fazendo parte da Política Urbana. São capítulos da história da arquitetura e urbanismo de Cuiabá que ele acompanhou de perto.
Na capital, o primeiro plano foi elaborado em 1992 e reformulado em 2007. Foi planejado em etapas pelo Instituto de Pesquisa c Desenvolvimento Urbano (IPDU), vinculado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano da Prefeitura Municipal de Cuiabá. A Lei de Uso e Ocupação do Solo fez parte do plano.
Ele descreve que foi deste Plano Diretor que surgiu o Parque Mãe Bonifácia, talvez o projeto de maior impacto urbano em Cuiabá, bem como o Parque Zé Bolofrô e a atual Feira do Porto, o Museu do Rio, o Aquário Municipal e até mesmo o Binário da XV, a duplicação do viaduto da Rodoviária e da Avenida República do Líbano. Também teve a redescoberta da Caixa d’Água Velha, permitindo à atual administração a criação do belo Museu hoje lá instalado.
Também veio as leis relacionadas ao Perímetro Urbano e dos Condomínios Fechados.
O IPDU foi criado para enxergar e planejar a cidade como um todo, articulando os diversos planos setoriais em um conjunto harmônico, sendo responsável por uma série de projetos fundamentais para a cidade, muitos dos quais sendo implementados ou reavaliados pela administração. “O Plano-diretor existente não acompanha a demanda atual. A preocupação com o avanço da cidade já vem desde 1989, com a Lei Orgânica de Cuiabá na qual foi trabalhado o capítulo Política Urbana, visando estabelecer as bases de uma gestão urbana moderna, contínua, técnica e participativa, feita sob medida para Cuiabá, tendo 30 anos como horizonte de planejamento, isto é 2019, o Tricentenário.
Para Lemos, Cuiabá ter sido escolhida como umas das sedes da Copa do Mundo, fez a capital retomar projetos que estavam adormecidos, tais como as vias de saída para Chapada dos Guimarães e saída para a Estrada da Guia. “Não podemos de deixar de pensar no futuro. O arquiteto e urbanista tem este papel futurista. Nós já tivemos um sistema municipal de planejamento urbano, que já tivemos um dia”, defende o professor.
Embora Lemos sinta a necessidade desta retomada do Política Urbana, ele contempla o passado histórico, saúda o presente e acredita em seu futuro. “Cuiabá é a Capital do agronegócio, da cultura regional e dos serviços. Temos sim o que festejar”.
Simone Alves, Comunicação CAU/MT