Artigo de opinião: “O que o CAU tem feito pela valorização profissional?”, por Napoleão Ferreira
29 de junho de 2022 |
Colega profissional.
São muitas as dificuldades para exercermos nossa profissão no Brasil. Desde o fraco desenvolvimento do mercado interno no país , aos encargos fiscais e obrigações legais, até a incompreensão generalizada sobre a relevância social da arquitetura e urbanismo. São muitos os percalços , eles atingem toda a nossa comunidade profissional. Os mais jovens, os experientes, todos passamos por adversidades comuns, independente de nossa diversidade de crenças, raças ou gêneros. Nesse contexto, pergunto se podemos considerar o CAU como parte do problema ou ferramenta útil para obtermos uma solução. O que significa, para cada um de nós, termos uma profissão regulamentada por Lei ? Essa questão geralmente obtém duas respostas alternativas: o CAU é mais um obstáculo ou o Conselho pode fazer valer o reconhecimento da profissão. Digo que essas duas respostas são verdadeiras. Pois, se prevalecer a indiferença burocrática, o CAU dificultará o exercício da profissão, porém, se resolver atuar, o Conselho reúne recursos e estrutura capazes de ampliar o nosso mercado de trabalho, elevar a nossa autoestima profissional e garantir um amplo reconhecimento social da arquitetura e urbanismo. Mas, se é assim, o que o CAU tem feito nesses dez anos de seu funcionamento? Penso que no sentido da valorização profissional, ainda muito pouco . Seria injusto deixar de reconhecer algumas iniciativas, isoladas em um ou outro estado do país , como também a importância histórica de algumas regulamentações do CAU/BR . Porém, considerando que a fiscalização e a promoção da arquitetura e urbanismo são as atribuições fundamentais dos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo, fica difícil afirmar que houve considerável mudança em nossa realidade profissional desde que o CAU passou atuar. Mas como será possível mudar esse estado de coisas? Primeiro temos que acreditar ser possível alcançarmos uma situação melhor para a arquitetura e urbanismo no Brasil. Segundo, que o CAU reoriente sua atuação, dando prioridade à fiscalização e à promoção profissional. Para tanto, será preciso que todos nós entendamos que o CAU é diferente de uma associação civil , ou um sindicato. Tampouco é o CAU um partido político ou ONG. Os CAUs compõem um sistema de autarquias federais que detém poder de estado, e tem como função regulamentar, fiscalizar e promover a arquitetura e urbanismo em todo o Brasil. Perante o CAU, todos os arquitetos são iguais. Temos as mesmas obrigações e também possuímos os mesmos direitos e prerrogativas. Quer tenhamos cargos no Conselho ou sejamos simples contribuintes. O CAU deve trilhar pelo caminho que unifica o nosso interesse e de toda comunidade nacional: a valorização da arquitetura e urbanismo.Napoleão Ferreira da Silva Neto, arquiteto e urbanista.
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“O que o CAU tem feito pela valorização profissional?” este é o principal tema a ser debatido e discutido por nós. Com muita urgência. Existem atuações e visões distintas entre os CAUs da federação e na minha opinião ela teve ser UNICA na medida do possível e cumprir seu verdadeiro papel.