CAU/MT participa do evento Cidades Inovadoras
29 de junho de 2018 |
A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Mato Grosso e o Parque Tecnológico Mato Grosso realizaram o evento “Cidades Inovadoras” que tem como objetivo debater inovação na gestão pública, conectividade/acesso à internet, internet das coisas e tecnologias, marco legal da ciência, tecnologia e inovação. O público alvo são gestores, academia e iniciativa privada que integram o ecossistema de inovação, gestão e pesquisa do Estado de Mato Grosso.
A programação foi feita com o propósito de provocar os diversos atores envolvidos – como gestores municipais, professores, estudantes e profissionais da área da tecnologia e gestão, e todos os demais interessados – com a discussão de temas relacionados ao foco central do evento.
O evento teve duração de dois dias – 28 e 29 de junho – e 300 inscritos. Representando o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/MT), o conselheiro Marcel Saad assistiu palestras e mediou um dos painéis realizados.
A palestra de abertura, uma das mais esperadas, foi ministrada pela professora doutora Regiane Relva Romano, coordenadora do Smart Campus da Faculdade de Engenharia de Sorocaba (Facens). Dentro do campus, há coleta de dados contínua, por meio de sensores, câmeras e outros dispositivos. “Nós mensuramos a água, a energia, quantos carros estão no campus através da visão computacional, nós sabemos quantas vagas estão preenchidas no campus, quem estacionou errado, por exemplo”, destaca a professora.
A pesquisadora aponta que, em uma cidade inteligente, a tecnologia é um meio e não um fim. “O objetivo dessa tecnologia é suportar toda a infraestrutura para tornar a vida desses cidadãos melhor. Ou seja, as ações são norteadas pelo fator humano”. A faculdade desenvolve desde 2015 a iniciativa Smart Campus. O objetivo é, por meio de vários projetos e laboratórios, transformar o campus da instituição em uma “mini cidade inteligente”.
Regiane ainda citou exemplos de tecnologias que surpreendem a todos. “São coisas que jamais pensaríamos existir, tais como impressão 3D de casas com estrutura levantadas em 24 horas e a impressão de peças metálicas, fatos interessantes aos arquitetos e urbanistas”, destacou o arquiteto Marcel .
Ela explica que em termos gerais, o conceito de Internet das Coisas (Internet of Things – IoT) é a conectividade que usa a internet para enviar e receber dados de dispositivos. Isso pode ser aplicado em objetos do dia a dia, de pesquisa e até estruturas prediais. No cotidiano, o celular é um exemplo de “coisa” que recebe e envia dados, mas já há lâmpadas, caixas de som, rastreadores e outros objetos com a tecnologia. “Tudo se conecta com tudo. A pergunta que fica é: o que é inovação e o que é invasão da privacidade?”, questiona ela levando o público refletir.
Painel
Marcel Saad mediou o painel “Parques Tecnológicos e Redes Temáticas”. O diretor de negócios da Biotic S/A, Hederaldo Almeida, e Maria Heloisa Karolczak, da Unemat e Biotic, discorreram sobre estes empreendimentos criados e geridos com o objetivo de promover pesquisa e inovação na área tecnológica e de estimular a cooperação entre instituições de pesquisa, universidades e empresas. O exemplo mais conhecido desses pólos de desenvolvimento é o Vale do Silício, na Califórnia, EUA, onde o conceito de parque tecnológico alcançou pleno sucesso. “Mas o parque não é medido por tamanho, mas sim pelos resultados alcançados em termos econômicos. Inovação é negócio e dinheiro”, explica Hederaldo. Já Maria Eloisa traçou um perfil da mão-de-obra dos laboratórios tecnológicos. “O dado mais surpreendente é o de que 95% da mão-de-obra é do gênero masculino. Esta é uma importante questão a ser estudada e desenvolvida”, disse ela.
Simone Alves, Comunicação CAU/MT