Com mais de 80 anos, primeiro arranha-céu do continente é tombado no Rio de Janeiro
22 de abril de 2013 |
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Construído em 1929, o Edifício A Noite, localizado na Praça Mauá, no Rio de Janeiro, recebeu no início do mês o título de patrimônio cultural brasileiro, concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com 102 metros de altura, o prédio foi o primeiro arranha-céu da América Latina e marco da arquitetura art déco no Brasil.
Pertencente à União, o A Noite é cedido ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que ocupava 18 dos 22 pavimentos até meados do ano passado – quando foi esvaziado para obras – e à Empresa Brasil de Comunicação, gestora da Rádio Nacional, que mantém no prédio os antigos estúdios e o auditório que marcaram época no rádio brasileiro. As obras pretendem acompanhar a transformação pela qual passa a região da Zona Portuária do Rio de Janeiro, que ganhou recentemente o Museu de Arte do Rio (MAR), na Praça Mauá, e receberá, ainda, o Museu do Amanhã, no Pier Mauá.Com o tombamento, pretende-se buscar os investimentos necessários para a modernização do prédio que, além da restauração arquitetônica, deverá receber soluções de sustentabilidade ambiental, instalações elétricas e cabeamento de telefonia.
Localizado de frente para a Praça Mauá, o Edifício A Noite já foi o principal mirante da cidade do Rio de Janeiro. Do seu terraço é possível ter uma das mais bonitas vistas da Baía da Guanabara. Quando foi erguido, os navios que ancoravam no Pier Mauá se deparavam com um edifício de estrutura arrojada, que se destacava por sua imensa massa vertical.
— O tombamento do Edifício A Noite é um presente para a Rádio Nacional, para os ouvintes e para a cidade. Não se pode falar em revitalização da Zona Portuária sem que a Rádio Nacional e o Edifício A Noite estejam incluídos. A Rádio Nacional e o Edifício A Noite, construído pelo grupo que a criou, fazem parte do mesmo corpo. Um remete ao outro. O prédio, além de endereço da emissora, é histórico também como ícone arquitetônico, tanto pelo fato de ter sido o primeiro “arranha-céu” da América Latina, como também uma das primeiras grandes edificações em Art-Déco no país – afirma o gerente da Rádio, Cristiano Ottoni de Menezes.
Fonte: Zero Hora