CAU/MT alerta para a responsabilidade do cumprimento da tabela de honorários
16 de dezembro de 2015 |
A tabela é uma recomendação, e serve como medida para que arquitetos e urbanistas cobrem um preço justo pelos seus serviços.
Como utilizar a tabela de honorários instituída pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/BR) foi o tema abordado no curso oferecido pelo arquiteto Sérgio Facó na programação do Dia do Arquiteto e Urbanista (10.12) em Cuiabá. Para o profissional, o uso destes valores como referência ainda é um desafio para a categoria, no entanto, a tabela já tem uma boa aceitação nos órgãos público do país.
Segundo o palestrante, esta e uma ferramenta que serve para ajudar o profissional a receber um preço justo pelo seu trabalho. Segundo um censo feito pelo CAU/BR quando foi criado, 33,81% dos profissionais declararam ganhar menos que o piso salarial. Cerca de 32.62% afirmam ganhar acima do piso, 19.76% ganham o piso e outros 13.81% não informaram.
A tabela e honorários é definida pela resolução do CAU/BR 38/2012, e aponta como forma de cobrança para o serviço de projeto arquitetônico a hora técnica a R$ 45,03. “A sociedade ainda está conhecendo o papel do arquiteto, e saber reconhecer o valor que vale o serviço do profissional e o próximo passo”, afirma Facó, que atua há 10 anos na área de projetos, e é conselheiro do CAU/CE.
Para o presidente do CAU/MT, a importância da tabela vai além de uma simples referência para cobranças, passa por questões éticas também, em que o profissional deve cobrar um valor referência para poder oferecer o projeto completo e de qualidade. “Não se trata de engessar os preços, isso seria cartel. Estamos falando apenas de um preço justo que pague o valor que vale um projeto que vai suprir todas as necessidades do cliente”, reitera.
Atuante há 20 anos no mercado da capital, o arquiteto e urbanista Abel Oliveira acredita que o evento e mais uma oportunidade para aprender. “Meu escritório, que tenho como sócio meu irmão Alan Oliveira é relativamente grande, já chegamos a ter 12 funcionários. Tanto a tabela e honorários quando o gerenciamento de escritórios são temas importantes para o dia-a-dia”, conta.
A tabela está disponível para uma simulação on-line de valores de acordo com a especificação do projeto e pode ser consultada no site do CAU/BR clicando aqui.
Programação
Também fez parte da programação palestra com o tema “Gerenciamento de pequenos escritórios”, oferecida pela arquiteta e urbanista Ângela Lins, conselheira do CAU/MS. Voltada para profissionais que já estão enfrentando os desafios de ter o seu próprio escritório, a capacitação engloba noções de administração, contabilidade, e ainda de atendimento e fidelização de clientes.
Com a experiência adquirida com o seu próprio escritório e em capacitações na área, ela desenvolveu o curso em que ela fala “de arquiteto para arquiteto”. A conselheira destaca que se trata de um curso específico, muito diferente do que um aluno encontra quando faz um curso com alguém da área de administração ou contabilidade. Já somam oito turmas em Mato Grosso do Sul, e uma turma capacitada em Cuiabá, no início do ano.
Esta já é a terceira oportunidade em que Angela oferece esta capacitação para alunos de Mato Grosso. A profissional reitera ainda a necessidade de utilização da tabela de honorários. “Muitos arquitetos não sabem o valor do seu trabalho, portanto é preciso entender como é calculado para não ceder e cobrar um valor que não paga o serviço prestado”, explica.
Com o foco em estudantes da área, o tema projeto arquitetônico foi abordado pelo professor de arquitetura Luiz Claudio Bassam na tarde desta sexta-feira (11.12). As necessidades físicas, culturais e até emocionais do cliente devem ser levadas em consideração para o planejamento da obra.
“E eu acredito que o projeto de arquitetura é a síntese de tudo. O urbanismo trabalha cidade, então o arquiteto não pode pensar no um edifício isolado dentro de um terreno, o local onde ele está, conhecer o local, o entorno de onde aquele terreno está localizado é fundamental. Não se pensa dentro de quatro muros”, finaliza.
A analista do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Suenia Maria Cordeiro de Sousa também ofereceu uma palestra em homenagem ao Dia do Arquiteto e Urbanista com o tema “Sustentabilidade na Arquitetura e Engenharia” , apontando exemplos e tecnologias que podem ser utilizadas para garantir que as obras não interfiram de modo negativo no meio ambiente.
Cuiabá 300 anos
A ampla programação promovida pelo CAU/MT recebeu a discussão sobre o planejamento urbano da capital para receber o seu tricentenário, que acontecerá daqui a quatro anos. O debate foi mediado pelo professor e historiador Alfredo da Mota Menezes, e teve a presença entre os debatedores do renomado arquiteto de São Paulo Ruy Ohtake, do presidente do CAU/MT, Wilson Andrade, José Antonio Lemos, arquiteto e conselheiro do CAU/MT, da professora de arquitetura da Universidade Federal de Mato Grosso, Doriane Azevedo, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), Luiz Henrique Lima, e da publicitária Malu Brandão.
Também com o tema Cuiabá 300 anos, uma exposição tomou o salão de entrada do Hotel Holiday Inn, local onde ocorreu toda a programação. O acervo de maquetes de pontos turísticos de Cuiabá, além de fotos e ilustrações da capital antiga e de sua evolução, foi disponibilizado pelo Museu Histórico de Mato Grosso, Associação Cultural Cena Onze, Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT / Departamento de Arquitetura e Urbanismo – Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia, Universidade de Cuiabá – Unic / Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Sinop – FACISAS / Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT / Departamento de Arquitetura e Urbanismo e ArchConcept – Arquitetura e Mídia.
Comunicação CAU/MT