Consórcio VLT – Empreiteiras querem receber R$ 300 milhões adicionais
9 de fevereiro de 2015 |
Pouco mais de R$ 52 milhões diz respeito a valores que não foram pagos pelo ex-governador Silval Barbosa
As empresas Santa Bárbara, CR Almeida, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda. e Astep Engenharia Ltda, formadoras do Consórcio VLT, executor das obras do modal em Cuiabá e Várzea Grande, solicitaram ao governo R$ 293 milhões para dar continuidade as obras.
As obras estão paradas, a pedido do próprio Consórcio, desde o ano passado devido a falta de pagamentos.
De acordo com o secretário do Gabinete de Projetos Estratégicos, Gustavo Oliveira, pouco mais de R$ 52 milhões do valor solicitado diz respeito a valores que não foram pagos pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB).
Desse valor, R$ 47 milhões referem-se a reajuste contratual anual aprovado reminiscente à medição da obra até julho do ano passado e mais R$ R$ 4,9 milhões de reajuste contratual solicitado que diz respeito à medição da obra entre o período de agosto a setembro.
Outros R$ 74 milhões são referentes ao reajuste contratual cambial solicitado e R$ 165 milhões diz respeito ao reequilíbrio do contrato físico-financeiro.
“O departamento jurídico da Secretaria de Cidades e a Procuradoria Geral estão debruçados em cima disso para verificar a legalidade e o impacto disso”, disse o secretário Oliveira durante audiência pública, nesta segunda-feira (09), para apresentar a auditoria referente às obras da Copa do Mundo e ao modal.
Conforme o secretário Oliveira, dos R$ 1,477 bilhão previsto para ser investido na execução das obras do VLT, pouco mais de R$ 1 bilhão foram pagos até o ano passado. Com isso, sobraram em caixa somente R$ 411 milhões de recursos.
“Hoje nós dependemos de priorização. O Estado não tem recursos necessários e precisa viabilizar isso para poder concluir a obra. É outro problema a ser tratado”, disse.
Além da falta de recursos para continuar a obra, segundo o secretário Oliveira, a auditoria apontou a inexistência do projeto executivo total da obra apesar do contrato firmado para a realização do serviço no valor de R$ 31 milhões.
Foi constatada ainda a inexistência de um cronograma de execução dos serviços bem como o projeto de desapropriações. “A ausência de planejamento contribuiu de maneira definitiva para o atraso da obra e a falta de qualidade bem como o alto custo da obra”, afirmou Oliveira.
Ainda de acordo com o secretário, desde 2013 o ex-governador Silval Barbosa sabia que o cronograma não seria cumprido, mas não providenciou qualquer adequação para acelerar o andamento das obras.
Por isso, o secretário determinou a realização de um novo cronograma para verificar a viabilidade de término dessas obras bem como uma possível data para a retomada das construções.
“Não há prazo para a retomada. Nós estamos retomando conversas com o consórcio construtor para estabelecer um novo cronograma. Estabelecer quais são as necessidades deste novo cronograma, inclusive, financeiras para repactuar isso. Nós não vamos mais adiar o contrato, como vinha sendo feito, sem um cronograma factível”, finaliza.
O VLT
A obra foi orçada em R$ 1,7 bilhão e os serviços iniciados em 2012 e suspensos pelo Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande, executor do modal, no ano passado por falta de pagamento.
A previsão é que fossem instalados 22,2 km de trilhos nos dois eixos, por onde devem circular os 40 carros do VLT – formados por sete vagões cada um.
Além disso, deveria ser edificado estações e terminais, bem como obras de arte (pontes, trincheiras e viadutos) ao longo dos dois eixos.
A obra se tornou um emblema da administração estadual, uma vez que ele disputou a preferência para execução com o BRT.
O modal foi defendido na época como a melhor opção para Cuiabá pelo então presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, e pelo ex-secretário de Estado, Eder Moraes.
Acabou sendo escolhido por Silva Barbosa para a implantação, mas ainda não mostrou viabilidade sequer para conclusão da obra que era esperada para ser concluída até o final deste ano, contudo, a atual cúpula do Governo do Estado já descartou o prazo.
Fonte: Mídia News