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“Criamos um conselho nacional, com espírito fraterno”, diz Haroldo Pinheiro
16 de janeiro de 2015 |
O arquiteto e urbanista Haroldo Pinheiro foi reeleito, no dia 8 de janeiro, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR). Vencida a desafiadora fase de implementação e estruturação do Conselho, Pinheiro defende a preservação das ações iniciadas na gestão anterior e a busca por políticas de estado que orientem a construção de cidades mais democráticas. Entrevistado para a seção 5 perguntas do Instituto dos Arquitetos e Urbanistas, o arquiteto falou sobre os rumos do CAU/BR para o triênio 2015-2017.
Instituto de Arquitetos do Brasil: Qual é o balanço da primeira gestão do CAU/BR?
Haroldo Pinheiro: A gestão fundadora do CAU conseguiu ocupar geopoliticamente o país, como convém a uma organização de caráter federativo e de registro nacional obrigatório, com a instalação de conselhos em todos os estados do Brasil. Ou seja, criamos um conselho verdadeiramente nacional, com espírito fraterno e empreendedor. Demos equilíbrio financeiro e dignidade a todos, com a instituição do Fundo de Apoio Financeiro aos CAU/UF. Socializamos também o acesso aos meios tecnológicos de atendimento, fiscalização e prestação de serviços para todos, com a criação do Centro de Serviços Compartilhados.
IAB: O que esperar da nova gestão? Quais são os desafios?
HP: Há que se preservar o que foi feito e perseverar nas ações já iniciadas e que precisam ser desenvolvidas para atingir as escalas pretendidas, tais como divulgar as vantagens do uso das Tabelas de Honorários e as novas normas sobre Direito Autoral; cobrar a correta e ágil aplicação do Código de Ética e Disciplina, de vital importância para a valorização da profissão pela sociedade; agilizar e dar acesso amplo à Cooperativa de Crédito (UniCred), já aberta e em atividade em dois estados (RS e SC).
No campo político, devemos prosseguir em nossas ações junto aos poderes Legislativo e Executivo, zelando pelo aperfeiçoamento do exercício da arquitetura e urbanismo, particularmente na reforma da Lei das Licitações, contra a universalização da “Contratação Integrada”, e na cobrança da aplicação dos instrumentos dos Estatutos da Cidade e da Metrópole, assim como da Lei da Assistência Técnica. Continuaremos no Conselho das Cidades e em outras instâncias defendendo uma política de estado que oriente a construção das cidades e a ocupação do território.
IAB: E quanto às novas ações?
HP: É preciso retomar discussões sobre propostas que o tempo e as circunstâncias não permitiram desenvolver no triênio anterior, como regulamentar a prática profissional da arquitetura pela Internet; continuar a discussão e orientação sobre os procedimentos para aprovação de projetos pelos municípios; viabilizar convênios de fiscalização com as prefeituras que valorizem e justifiquem a exigência do RRT para aprovação e licenciamento; promover maior aproximação com os estudantes de arquitetura; prosseguir nos estudos para a criação do Instituto CAU, a “universidade corporativa” que organizará e reduzirá os custos da formação contínua dos servidores do CAU em todo o Brasil, e cuja estrutura para ensino à distância poderá ser utilizada pelas entidades do CEAU; prosseguir com os acordos de cooperação com as organizações de arquitetura e urbanismo de outros países sobre o trânsito de profissionais e serviços e outros temas, além concluir os planos para implantação do Projeto Ethos, que poderá revolucionar o registro e a guarda do acervo da produção profissional de arquitetura e urbanismo no Brasil.
IAB: Qual será a relação do CAU com as entidades de arquitetura?
HP: O CAU tem sido um espaço democrático que, desde sua implementação, abriga as instituições que se mobilizaram para sua criação: IAB, FNA, ABEA, AsBEA, ABAP e FeNEA. Elas nos têm dado contribuições de extremo valor e, assim, deveremos continuar. O CAU, em contrapartida, igualmente apoiará as ações das entidades, como a luta pelo salário mínimo empreendida pela FNA, a melhoria do ensino perseguida pela ABEA e, quanto ao IAB, a realização da UIA2020Rio.
IAB: Como será o papel do CAU em relação à UIA2020Rio?
HP: O êxito obtido em Durban, sob a liderança do IAB, é um bom exemplo de nossa união. Certamente a UIA2020Rio é a mais importante tarefa assumida conjuntamente pelas entidades nacionais de arquitetura e urbanismo do Brasil desde a união pela criação do CAU em 1997. O caminho até o Congresso Mundial de Arquitetos em 2020 será fértil e poderá ser o eixo da renovação no debate entre arquitetura e urbanismo e as cidades do século XXI.
Fonte: IAB