Este texto foi escrito por Doug Wingall, Presidente da HDR Architecture, para o “Blog Off” do AIA (American Institute of Archtects), sobre o tema “O que o arquiteto como líder significa para você?”. Foi originalmente publicado no blog da HDR Architecture, BLiNK.
Arquitetos e designers são instruídos durante a graduação a serem criativos e a terem um pensamento crítico. Somos formados e moldados a ser criadores de ideias, capazes de ter uma influência positiva não só no ambiente construído, mas sobre a sociedade em geral. Pelas próprias habilidades e talentos que arquitetos e designers possuem, temos a capacidade inerente de resolver problemas.
De fato, um dos maiores políticos dos Estados Unidos, Thomas Jefferson, acreditava que a arquitetura personificava a alma de seu novo país – um edifício era uma metáfora para a ideologia americana, o processo de construção correspondente à tarefa de edificar uma nação.
Então por que não há mais arquitetos e designers trabalhando em nível nacional e global para a solução dos urgentes desafios sociais, ambientais e econômicos? Atualmente, advogados compreendem 37% dos senadores e aproximadamente 24% dos congressistas norte-americanos. Cargos bancários e de negócios contam 20% do Senado e 22% da Câmara. De acordo com o AIA, nos últimos 50 anos, só um arquiteto atuou em âmbito nacional: o Congressista Richard Swett, que representou New Hampshire de 1990 a 1994.
Por que não há mais arquitetos em lideranças de escala nacional ou global influenciando a política para assegurar mudanças positivas?
Em seu discurso de 1968 para a Convenção do AIA em Portland, Oregon, Whitney Young Jr., na época diretor da Urban League, desafiou arquitetos em questões relativas a responsabilidade social e diversidade dentro da profissão. Suas palavras foram afiadas e contundentes:
“Como profissão, vocês não são uma categoria que se destaque pelas contribuições sociais e cívicas à causa dos direitos civis; e eu tenho certeza que ouvir isso não lhes causa nenhum choque. Vocês se destacam mais pelo silêncio ensurdecedor e completa irrelevância.”
A maioria de nós viu as desanimadoras estatísticas referentes à potencial evasão intelectual na arquitetura, resultado de arquitetos partindo, estudantes de arquitetura buscando outras carreiras, e muitos formandos do ensino médio nem sequer considerando a arquitetura como vocação. Eu creio que isto seja em parte pela profissão ter se perdido em sua percepção convencional. Nós nos tornamos menos relevantes, nos tornamos mais parecidos com mercadorias – em grande parte por não nos inserir no diálogo público como líderes da discussão e instrumentos de mudança. Jovens querem começar uma profissão em que sentem que podem fazer diferença, e enquanto a arquitetura certamente é um meio para tal, nós renegamos fazê-lo devidamente.
Quarenta e cinco anos depois de Young discursar ao homogêneo público do AIA, talvez a profissão esteja mais inclinada a aceitar seu conselho:
“Foi necessário grande habilidade, criatividade e imaginação para construir a situação que temos, e será necessário habilidade, imaginação e criatividade para mudá-la. Nós precisaremos ter pessoas tão comprometidas em fazer a coisa certa, para a inclusão, como fizemos no passado para a exclusão.”
Eu penso no conceito de arquiteto como herói político. Eu creio que se não avançarmos com essa ideia em mente, jamais atingiremos nosso verdadeiro potencial, e nossa profissão definhará no esquecimento. Como arquitetos, somos construtores de sonhos. Eu proponho que nós possamos e devamos construir sonhos além do mundo tangível do ambiente construído. Nós temos muito a contribuir para a formação da política pública que pode melhorar o mundo. E eu defendo que nunca houve uma época melhor para começarmos.
Doug Wignall é presidente da HDR Architecture, Inc. Ele começou na companhia como estagiário de arquitetura há mais de 20 anos, e diz que ainda vai trabalhar todos os dias inspirado pela habilidade da HDR de mudar vidas através do poder do design.
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