Problemas de (I) Mobilidade Urbana em Cuiabá
8 de janeiro de 2020 |
Com o crescimento urbano no Brasil, mais precisamente a partir da década de 1950, os problemas com mobilidade urbana começaram a surgir, gerando impactos de ordem social e ambiental, sendo que um dos fatores que causam esses impactos é a utilização em grande escala de automóveis individuais. A partir desse período, com o aumento da utilização de transporte individual motorizado, os problemas em relação à mobilidade urbana começaram a se ampliar, tornando as cidades insustentáveis.
Quando se analisa o crescimento populacional, ocorridos em Cuiabá, nos últimos cinquenta anos, percebe-se, a origem dos problemas da mobilidade urbana. Segundo IBGE (2018), em um período de cinquenta anos houve um aumento populacional na cidade de Cuiabá de aproximadamente 500 mil habitantes, saindo em 1970 de aproximadamente 100 mil habitantes, para entorno de 608 mil em 2018. Esse crescimento se refletiu no aumento da frota de veículos, e conseguintemente afetou o sistema de mobilidade urbana, que não conseguiu acompanhar de forma equilibrada e com disponibização adequada de infraestrutura para suportar o aumento do fluxo de veículos nas vias públicas de Cuiabá.
Segundo dados do Detran (2018), Cuiabá conta com uma frota de 423.644 veículos (de vários tipos), para uma população de entorno de 608 habitantes (IBGE, 2018), o que significa, em média, 1,43 habitantes por veículo. Quando comparada com as demais cidades brasileiras, representa um índice muito elevado de veículo/hab. que é potencializado por fatores, como, a precarização do transporte público e dificuldades de locomoção por meios não motorizados na cidade.
A solução para os problemas de mobilidade urbana passa por ações que desestimulem o uso de veículos particulares e estimule o uso do transporte público coletivo. Só o sistema de transporte coletivo rodoviário existente, não comporta mais a demanda por transporte público. Tendo em vista a necessidade de solucionar os problemas de mobilidade existentes e evitar novos, em Cuiabá, uma das alternativas possíveis para a solução dos transportes públicos, é a retomada das obras para conclusão do VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos) ou, ainda, a implantação de outros modais, tais como o BRT (Bus Rapid Transit).
Tânia Matos é arquiteta e urbanista, administradora, pós-graduada em Gerência de Cidades/FAAP e Mestre em Geografia/UFMT.
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