Rede de preservação ambiental argentino traz curso de ‘Ambitetura’ para o Brasil
18 de julho de 2016 |
Com sede na Argentina, o Foro Latino Americano de Ciências Ambientais (FLACAM), uma federação de associações civis e acadêmicas preocupados no desenvolvimento sustentável, traz para o Brasil o Curso Virtual Introdutório em Ambitetura. O objetivo deste treinamento é desenvolver projetos e construir edificações inspirado no meio ambiente e também na sua preservação. Os interessados receberão a capacitação em um período de 02 meses. A previsão de início do curso é 01 de setembro de 2016.
Ambitetura é a fusão das palavras ‘ambiente’ mais ‘arquitetura’ e significa trabalhar a arquitetura de forma alinhada com a natureza, mantendo uma relação de preservação, cooperação, ecologia e sustentabilidade. Esse campo se preocupa com a forma de habitação atual, principalmente nas cidades, onde os projetos não contemplam uma visão sustentável do meio ambiente. Com uma proposta multidisciplinar, a ambitetura reúne os conhecimentos da arquitetura, paisagismo, artes e conhecimentos sobre a terra e suas funções.
As aulas serão oferecidas virtualmente em horário flexível para a realização de cada atividade. Através da plataforma e-learning – que significa aprendizagem eletrônica –, o curso está dividido em quatro módulos, que inclui fóruns, leituras, vídeos, produções escritas e trabalhos de campo. No final, será exigido um trabalho final como requisito para a aprovação no curso e obtenção do certificado, que será emitido pela FLACAM.
As inscrições vão até o dia 15 de agosto e custarão R$ 280 (duzentos e oitenta reais). Para os registros em grupo de pelo menos três pessoas, o valor será de R$ 250 (duzentos e cinquenta reais) por pessoa.
Confira abaixo o programa do curso
Módulo 1 – O valor de a percepção Além dos conhecimentos dedutivos, matemáticos e quantitativos que permitiram um extraordinário desenvolvimento do pensamento digital, se deve recuperar o conhecimento holístico que deriva de uma visão também indutiva, sensível, artística e que explica a profundidade e o valor das questões da paisagem e do ambiente.
1.1. Passeio e conversação
Como se constrói a percepção? Entre outros núcleos de pensamento, a UNESCO desenvolveu múltiplos estudos de percepção com técnicas antropológicas sociais e artísticas. Sem desconsiderar isso, sugerimos a metodologia do passeio e da conversação. Sair a caminhar pelos ambientes da arquitetura e outros lugares do hábitat, conversando com seus habitantes e lendo as mensagens dos demais seres vivos. Simples, eficiente e surpreendente.
1.2. Ambiente e sustentabilidade
Já faz meio século que a noção englobante e transversal de ambiente, tanto natural como cultural e construído, deu uma nova espessura a concepção do viver e do habitar. No entanto, a partir de 1990 definiu-se a sustentabilidade como meta proativa para tornar esse ambiente como o sujeito principal do nosso fazer.
Módulo 2 – A leitura do ambiente
Para projetar é necessário reconhecer e isso implica uma leitura de todos os dados e emoções do ambiente. É necessário reconstruir linguagens integrais que possam ler a multidimensionalidade e a intersetorialidade dos ambientes.
2.1. A música e as linguagens
A sustentabilidade aplicada a todos os componentes do ambiente e em todas as escalas exige voltar a ver os lugares e o território como uma obra de arte, como uma construção coletiva a través dos tempos. Para isso, a música é o ensinamento maior, pois é uma linguagem onipresente e tão popular como culta.
2.2. O paradigma da Ambitetura
Muito diferente de incorporar dimensões de sustentabilidade a arquitetura, como a economia de energia ou a interpretação do clima, é necessário reformar ou recriar a antiga nobreza da arquitetura por uma criação coletiva e transdisciplinar na construção inspirada no ambiente.
Módulo 3 – O desenho do ambiente Como se compõem uma música, a construção inspirada no ambiente deve não somente ser concebida (a ideia) como também ser promovida (a iniciativa) e chegar à construção (o desenho).
3.1. A ecoforma dos territórios (onde se situa e adapta)
As demandas dos lugares têm sido dominantemente desprezadas pela ciência positivista e pela arte de objetos. A forma da natureza, a energia de seus ecossistemas, a mensagem da paisagem e o clima, são os nutrientes básicos para a forma que tome a Ambitetura.
3.2. A socioforma dos territórios (para quem se destina)
Mas a ecoforma vem se transformando desde que a humanidade a ocupa e muitas vezes nos dá ensinamentos impossíveis de negar pela interpretação que a sociedade vem fazendo dos territórios.
3.3. O tempo-forma de gestão (o Projeto: quando se realiza e em que etapas)
A socioforma é o mais sensível aspecto ao passo do tempo, porque as necessidades e aspirações dos grupos sociais mudam continuamente. Por isso a Ambitetura deve ser dinâmica e adaptativa, atendendo a evolução, mas sustentando as identidades que provém da história.
Módulo 4 – Entrega do trabalho final e devolução por parte da equipe docente.
Aqui são os estudantes que vão nos contar o que aprenderam e reflexionaram, fazendo com que a Ambitetura se corporize, todavia mais. Nessa etapa, os estudantes vão contar o que aprenderam e refletiram, fazendo com que a Ambitetura se corporize.
Comunicação CAU/MT