Setembro Amarelo e a Neuroarquitetura na construção dos ambientes
3 de setembro de 2018 |
Criado em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Setembro Amarelo é uma campanha que visa a conscientização e a prevenção do suicídio que é, nos dias de hoje, uma das principais causas de morte, não só no Brasil como no mundo todo.
O setembro amarelo é recente, mas existe no mesmo mês uma data que marca a luta contra o suicídio. Em 2003, a Organização mundial da Saúde (OMS) deu ao dia 10 de setembro um significado especial, quando passou a ser conhecido como o Dia Mundial da Prevenção de Suicídio e nesta data ocorrem atividades que servem de alertas.
Dados do CVV apontam que um brasileiro comete suicídio a cada 45 minutos, mas a média mundial é de uma pessoa a cada 45 segundos, uma taxa de mortes diárias que supera a de doenças como AIDS e vários tipos de câncer. O suicídio ainda é um tabu na sociedade e o setembro amarelo busca mudar isso, pois muitas pessoas às vezes não sabem como procurar ajuda. E muitas são as formas de contribuir.
O ambiente construído tem ligação direta com nossas percepções cerebrais, afirmam os especialistas. Nesse sentido, alguns fatores como: luminosidade, temperatura, acústica e ventilação são importantes elementos na configuração de um ambiente de qualidade. Tudo isso está relacionado a uma especialização específica na área da arquitetura, a neuroarquitetura.
A dinâmica do espaço pode fazer diferença no combate às principais causas do suicídio, auxiliando na busca pela recuperação da vontade de viver. Espaços físicos, seja residências, escola, hospital ou trabalho, precisam de conforto, gerando sensações positivas. Afinal, os ambientes afetam o nosso cérebro e isso é estudado mundialmente.
Uma pesquisa rápida na internet encontram-se citações de estudos mostrando que funcionários desfrutam de luz natural têm mais chances de se manterem saudáveis e de bom humor. Também dizem que as janelas com vista para a “natureza” ajudam a diminuir a frequência cardíaca e reduzem o nível estresse. Um escritório, por exemplo, precisa levar em conta a acústica, iluminação, a vegetação e as cores. Os ruídos são os principais vilões de qualquer ambiente de trabalho, por exemplo. Usar cores fortes pode acentuar sensações negativas e isso tudo deve ser bem analisado. Não é proibido, mas precisa saber utilizar. Todas essas influências estão interligadas a uma questão de saúde.
Simone Alves, Comunicação CAU/MT