Viaduto da UFMT foi entregue com 80 metros a menos, acusa MCCC; CPI vai investigar
18 de março de 2015 |
“Eles encurtaram a obra. Provavelmente, a perícia indicará que essa é a causa dos alagamentos verificados naquele local em época de chuvas”
O Viaduto da UFMT, inaugurado pelo governo Silval Barbosa (PMDB) em 11 de dezembro de 2014, pode ter sido entregue com 80 metros a menos do que o contratado.
Os indícios são apontados pelo Movimento Cívico de Combate à Corrupção (MCCC) e serão explanados durante os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada pela Assembleia Legislativa para investigar irregularidades nas obras da Copa do Mundo, realizado ano passado, tendo Cuiabá como uma das cidades sedes.
O tamanho original contratado com empresas que compõem o Consórcio VLT, é de 428 metros.
“Entre o projeto e a obra há uma diferença de 80 metros; eles encurtaram a obra. Provavelmente a perícia indicará que essa é a causa dos alagamentos verificados naquele local em época de chuvas”, apontou o advogado e membro MCCC, Vilson Nery.
Ele não soube informar, porém, se por ter havido a diminuição do tamanho contratado, a empresa devolveu a diferença aos cofres do governo. A obra custou, pelo contrato original, cerca de R$ 23 milhões.
“E é bom que as pessoas saibam, tanto os comerciantes, como aqueles que se acidentaram ali no viaduto, ou tiveram suas lojas tomadas pela enchente, que elas podem pedir indenização das empresas contratadas, pois a diminuição no tamanho do viaduto, provavelmente motivou o alagamento! emendou Nery.
Não foi possível entrar em contato com o ex-secretário da Secopa, Maurício Guimarães, pois seu celular estava desligado.
Em fevereiro, Oliveira apresentou, inclusive, um relatório técnico que apontou outras possíveis irregularidades na construção do viaduto da UFMT. As larguras das ruas marginais, por exemplo, não obedeciam ao limite previsto no projeto, que seria de 9 metros no mínimo.
Trincheira do Zero
O advogado do MCCC citou a trincheira do Zero Quilômetro, em Várzea Grande como exemplo em que houve redução do tamanho, mas houve a explicação que, essa redução seria para facilitar a trafegabilidade de veículo na parte de cima, sem acarretar prejuízo à parte de baixo e me parece que nesse caso da trincheira houve um barateamento proporcional à diminuição”.
CPI
Vilson Nery ponderou que os indícios deverão dirimidos tecnicamente com peritos a serem designados pela equipe de apoio da CPI das Obras da Copa e, “em se confirmando aquilo que já verificamos, essa redução de 80 metros pode ter ligação direta com os alagamentos que ali já foram registrados e com os prejuízos que muitas pessoas tiveram “.
A CPI das Obras da Copa já foi instalada, porém sua formação ainda não foi publicada no Diário Oficial. A Comissão será presidida pelo deputado Oscar Bezerra (PSB) e terá como relator, o deputado Mauro Savi (PR). Conforme Bezerra, “toda denúncia e informação que ajudam a CPI a esclarecer os problemas, serão aceitas, averiguadas e investigadas”.
Fonte: RepórterMT