Congresso Mundial da UIA será realizado no Rio de Janeiro
11 de agosto de 2014 |
A proposta do Instituto de Arquitetos do Brasil para o Rio de Janeiro sediar o 27º Congresso Mundial da União Internacional de Arquitetos (UIA) venceu! O anúncio foi feito no domingo (10/08), no último dia da Assembleia Geral da UIA, que se realizou em Durban, na África do Sul.A Rio 2020 bateu as candidaturas de Paris e Melbourne (Austrália). O evento, o maior congresso mundial da categoria, terá como tema “Todos os mundos. Um só mundo. Arquitetura 21”. A expectativa é de participação de 15 mil arquitetos de todo o mundo.
O CAU/BR apoiou a candidatura apresentada pelo IAB e se compromete a contribuir para a implementação dessa que é uma grande vitória da união dos arquitetos brasileiros, representados também pelas entidades de seu colegiado: Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), a Associação Brasileira dos Arquitetos Paisagistas (ABP), a Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (AsBEA) e Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ABEA), além do próprio Instituto de Arquitetos do Brasil. O CIALP (Conselho Internacional dos Arquitetos de Lingua Portuguesa) e a Federação Pan-Americana de Arquitetos fizeram parte do grupo desde o início.
Representando o IAB, o arquiteto Roberto Simon (conselheiro federal do CAU/BR por SC) foi eleito para o Conselho da UIA, tendo como suplente a arquiteta Nadia Somekh (conselheira do IAB-SP e do CAU/SP). A eleição ocorreu no sábado, dia 9. Ao todo, o Conselho da UIA tem 28 membros dos cinco continentes e se reuniu pela primeira vez em 10/08. O mandato é pelo período 2014/2017. Também foi eleito o novo presidente da UIA, o arquiteto Esa Mohamed, representante da Malásia.
Sérgio Magalhães, presidente do IAB, e Haroldo Pinheiro, presidente do CAU/BR, estavam à frente dos sete delegados brasileiros. “O compromisso do IAB é aproveitar os seis anos até a realização da UIA 2020 Rio para trabalhar o fortalecimento da arquitetura e da cultura arquitetônica no Brasil”, afirmou Sérgio Magalhães. “Estamos felicíssimos com a receptividade da candidatura do Brasil e a aprovação dos colegas do mundo todo. A realização do congresso de 2020 será uma oportunidade para estreitar as relações internacionais com as Américas, África e com os países de língua portuguesa, que foram os nossos principais apoiadores. Esse trabalho, certamente, representará o reforço da estrutura da UIA e a melhora das condições de vida nas cidades”.
Na avaliação do presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, Haroldo Pinheiro, a realização do congresso da UIA de 2020 no Rio é uma oportunidade que precisa ser aproveitada para discutir os novos rumos da arquitetura no país e no mundo. “Serão seis anos para que nós possamos trabalhar e explodir, em 2020, no Congresso do Rio de Janeiro, com nossas ideias e nossos pensamentos”, afirmou ele, lembrando ainda que naquele ano o CAU/BR e os CAU/UFs completarão 10 anos de existência, Brasília (que se tornou patrimônio mundial da Humanidade no mesmo século em que foi construida) 60 anos e o IAB estará às vésperas de seu centenário.
O presidente do Conselho Internacional dos Arquitetos de Língua Portuguesa ((CIALP), João Belo Rodeia, igualmente ficou satisfeito com o resultado. “Os arquitetos têm muito a aprender com a arquitetura do Brasil e do Rio de Janeiro em 2020: “É uma vitória merecida, e todos os membros do Cialp ficam felizes com o resultado. Acredito que a realização do congresso no Rio será importante para a própria UIA, porque poderá centrar todos os países da América Latina. Para o Cialp, será um momento importante para a sua afirmação internacional. Creio também que será um momento central para a arquitetura e para os arquitetos, porque acredito que o Brasil é o microcosmo do mundo.”
Para o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, a vitória da candidatura do Rio foi uma conquista “importantíssima”: “É uma escolha que retrata o atual momento de transformação por que passa a cidade. Uma transformação que, à luz do resgate de um rico passado histórico, projeta um futuro de desenvolvimento. O Rio tem características únicas: é uma metrópole que, emoldurada por uma natureza exuberante e uma arquitetura diversificada, tem grandes desafios sociais a enfrentar. Ou seja: é uma cidade síntese para o arquiteto do século 21.”
Para o novo membro do Conselho da UIA, o arquiteto catarinense Roberto Simon, é de extrema importância que o Brasil tenha participação efetiva nas decisões que interferem diretamente no rumo da profissão a nível nacional e internacional e em todas as discussões. “O mundo esta totalmente conectado, portanto é com o diálogo internacional que vamos pensar e avançar nas discussões sobre as cidades, habitação, criação de oportunidade de trabalho, qualidade dos espaços urbanos, além da resiliência e sustentabilidade que são os principais critérios balizadores do projeto no mundo.”
A arquiteta paulista Nadia Somekh, eleita conselheira suplemente da UIA, com a Rio 2020 o Brasil retomará o protagonismo da discussão da arquitetura no mundo. “Temos mesmo que comemorar. Essa experiência proporcionará uma troca de conhecimento importante. Além disso, o que está previsto para o congresso de 2020, através do IAB, é a realização de debates anuais sobre a arquitetura no Brasil. Serão vários eventos preparatórios e articulados em torno de um debate mundial. O principal objetivo será identificar como a arquitetura pode corresponder às necessidades das cidades contemporâneas”. Os preparativos começarão de imediato, segundo Pedro da Luz Moreira, presidente do departamento do IAB-RJ. “Já estamos preparados para ajudar na coordenação e na articulação com os outros departamentos para que a UIA 2020 Rio seja um grande sucesso”, afirmou ele em Durban.
Essa é a segunda vez que o congresso se realizará na América Latina. A primeira foi há 42 anos. no México, em 1978.
DISPUTA ACIRRADA – Entre os dias 3 a 7 de agosto arquitetos de todo o mundo se reuniram no XXV Congresso Mundial da UIA. De 7 a 10 aconteceu a XXV Assembléia Geral da UIA, com representantes de 124 paises. Eles decidiram pela Rio 2020. Antes, Seul sediará o XXVI Congresso.
A disputa foi concorrida. A Rio 2020 ganhou em segundo turno de Melbourne por 12 votos de diferença. Paris foi eliminada no primeiro turno.No primeiro turno, dos 202 votos de delegados dos países representantes, o Rio de Janeiro ficou com 85; Melbourne, com 73; e Paris, com 44. No segundo turno, o Rio teve 107 votos e Melbourne 95. As delegações dos países do BRICS, da África e das Américas foram os principais eleitores.
O apoio dos Estados Unidos, com 11 votos, conquistado no último instante, foi decisivo. Os norte-americanos se convenceram dos argumentos dos brasileiros de que estratégicamente a candidatura do Rio fortalecerá mais a arquitetura mundial e das Américas em particular. A delegação brasileira também já tinha costurado o apoio da Suiça, da Bélgica e da Grécia para um eventual segundo turno.
ARTICULAÇÃO – A candidatura do Rio teve, desde o início, o apoio de toda América, segundo Sérgio Magalhães, presidente do IAB. E durante o Congresso e em paralelo à Assembléia, foram intensos os contatos dos brasileiros com arquitetos de todo mundo em Durban.
Uma das reuniões (foto) reuniu delegados dos Estados Unidos, Canadá, Costa Rica e Brasil. Foi muito proveitosa: “Os países das Américas estão envolvidos com a nossa campanha. Os Estados Unidos, que detêm 11 votos, confirmaram que são solidários à nossa candidatura. Lógico que um ou dois votos podem ser perdidos, já que eles são independentes, mas a maioria está conosco”, prognosticou na ocasião Ephim Shluger, vice-presidente do IAB-RJ.
A campanha pela Rio 2020 contou ainda com apoios importantes, como a do ex-prefeito de Curitiba e governador do Paraná e ex-presidente da UIA, Jaime Lerner; do governador do Estado do Rio, Luiz Fernando Pezão; do prefeito do Rio, Eduardo Paes; do Rio Conventions & Visitors Bureau e da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur).
Fonte: CAU/BR